As taxas de juro têm registado uma subida acentuada no último ano. O Banco Central Europeu (BCE) procedeu já a várias subidas da sua taxa de referência (Euribor) com reflexo no custo dos financiamentos de particulares e empresas.
Desde outubro de 2022, o BCE aumentou a taxa de referência para operações de refinanciamento, de 1,25% para 4,5%. Consequentemente, as taxas Euribor de mercado, que servem de referência ao cálculo de juros e prestações de créditos bancários indexados em Portugal, sofreram igualmente uma forte subida.
Com uma taxa de referência nos 4,5% e a Euribor a 6 meses atualmente acima dos 4%, será que as taxas de juro vão continuar a subir?
Olhar para o passado
Analisando os dados históricos das taxas de referência para operações de refinanciamento, três pontos se destacam:
- Períodos houve já em que o BCE colocou a sua taxa de referência em valores acima dos atuais;
- De facto, vivemos um período muito longo com taxas muito baixas;
- A recente subida foi muito elevada e num curto espaço de tempo.
As expectativas do mercado
E quanto às expectativas dos atores de mercado? Como é que evoluíram ao longo do tempo, comparativamente com a realidade?
Este gráfico da Chatham Financial procura comparar isso mesmo: expetativas vs. realidade, relativamente à Euribor a 3 meses.
Durante o longo período de queda das taxas de juro, o mercado (quase) sempre esperou por taxas superiores no futuro.
Já durante o período mais recente de subida de taxas de juro, o mercado aguardava aumentos menos expressivos. O gráfico é bastante claro nisso: desde 2021, o mercado teve sempre de rever em alta as suas expectativas futuras.
Atualmente, a expectativa do mercado é que as taxas de juro tenham atingido um topo, e iniciem um processo lento e gradual de queda, até aos 3%. Não se espera, portanto, grandes quedas nos próximos tempos.
Será que essas expetativas serão cumpridas?
Bons negócios (imobiliários)!
Artigo de Gonçalo Nascimento Rodrigues